02/05/2021

Deprimida(o) ou definhando?

Atribuem a Thomas Edison a frase  “O sucesso é constituído por 10% de inspiração e 90% de transpiração.” Considerando “sucesso” como o bom resultado de qualquer empreendimento, inclusive escrever uma postagem para um blog, eu concordo com o enunciado, mas não com as proporções, pois no meu caso a porção inspiração tem que ser bem maior, senão não produzo nada ou não produzo algo que me agrade. Mas tenho que admitir que conheço pessoas, bem poucas na verdade, que mesmo sem inspiração, após algum tempo de transpiração, apresentam algo bastante aceitável e, às vezes, até elogiável... Será que a inspiração viria com o suor?

Hoje pela manhã, observando a satisfação e habilidade com que uma jovem, estudante de Biomedicina, estagiária em um Laboratório de análises, colhia, de algumas pessoas, material para exames, me veio a inspiração através da lembrança de um artigo que li alguns dias atrás e que aborda, entre outras coisas, essa atitude positiva que percebi naquela jovem.

No referido artigo, publicado pelo O Globo em 21 de abril do corrente ano, o psicólogo americano Adam Grant, nomeia como “definhando” o estado emocional no qual as pessoas estão entrando durante esta pandemia de Covid. Desesperança, falta de interesse e de ânimo, não chega a ser depressão mas está distante de ser um estado saudável de humor e pode ser o prenúncio de depressão.

Novos projetos, vivências prazerosas e relações significativas são exemplos do que poderia nos auxiliar a não entrarmos em processo de definhamento; mas segundo Grant é preciso mais que isso, é necessário que consigamos estabelecer “o fluxo” de estado mental focado – Um conceito criado por outro psicólogo, o croata Mihaly Csikszentmihalyi.  Mas, ainda de acordo com Grant, o grande empecilho para atingirmos “o fluxo” seria a atenção fragmentada, que nos empurra, muito rapidamente, de um interesse a outro e a uma quase incapacidade de concentração e foco.

Nesses momentos em que se sentem “meio perdidos”, além do uso da Homeopatia, costumo orientar meus pacientes a seguirem a máxima contida no dito popular: “Primeiro a obrigação, depois a devoção”.

E completo, se sobrar tempo, a diversão. Entendendo como “obrigação” –o cuidar de si, de seu ambiente e de suas tarefas; como “devoção” –a religiosa, a meditação, o Yoga e qualquer outra atividade que os possa serenar e, como “diversão”, estando isolados em casa –videochamadas com amigos, cantar e dançar, um bom filme e/ou uma boa leitura, evitando os noticiários e as redes sociais quando possível.

E agora, ao concluir, percebo que esta postagem, por não ter quase nada de original, foi mais fruto de transpiração do que de inspiração... Thomas Edison estava certo?!