23/10/2011

Medicamentos, o uso inadequado.

Um colega enviou-me o link de uma reportagem sobre a Ritalina, medicamento cada vez mais usado no Brasil; como a reportagem não é muito favorável à droga, várias manifestações, de usuários que se beneficiam dela, aconteceram.

Natural as opiniões divergirem, pois cada um defende o ponto de vista que lhe é interessante e no qual acredita; mas que não tentemos tapar o sol com peneira, independentemente da capacitação e conduta de quem prescreve, medicamentos podem sim fazer mais mal que bem…E já que crianças não vão, por suas próprias pernas, aos consultórios médicos, no caso da Ritalina precisamos indagar: O uso do medicamento é de interesse da criança, da família ou da escola?

Se alface colhida em horta orgânica, lavada nas aguas puras de uma fonte, pode, dependendo das circunstâncias, fazer mal para quem a ingere, o que dizer de medicamentos? E o poder de malefício não se encontra propriamente no medicamento ou na alface, mas no uso inadequado dos mesmos, e isto é valido para toda e qualquer forma de terapia, e aí sim, entra em consideração a capacitação de quem a aplica ou prescreve.

Tomemos como exemplo a homeopatia… É voz comum que se homeopatia não fizer bem, mal não fará; triste engano, homeopatia pode fazer mal sim, e muito, e não estou me referindo às ‘agravações iniciais’, ou aos ‘retorno de sintomas’, que apesar de desagradáveis são indicadores de um tratamento adequado; me refiro às intoxicações e patogenesias que podem ocorrer em pessoas que usam medicamentos homeopáticos de forma inadequada. E o que é bastante interessante é que essas pessoas raramente associam esses efeitos indesejáveis ao medicamento homeopático exatamente porque acreditam que homeopatia não pode fazer mal.

Vejam a matéria completa sobre a Ritalina, inclusive as opiniões, em:  http://revistatrip.uol.com.br/revista/203/reportagens/geracao-ritalina.html

02/10/2011

Relacionamentos.

Um amigo me envia, regularmente, e-mails intitulados ‘minha reflexão da semana’; acabo de receber uma dessas reflexões:

“Buscar um relacionamento quando se está num alto nível de carência é como ir ao supermercado com fome… qualquer coisa serve!”

Coincidentemente, se é que coincidências existem, essa semana, uma jovem paciente disse ter um namorado e que o relacionamento é antigo, quase sete meses,  um carinha que, segundo ela, “até que é gente boa” e prosseguiu: “Sabe como é né doutor? Minhas amigas só tem ficantes, eu sou a única que tem namorado… Não tem muita química mas vou levando… Ficar sozinha é sinistro!”

Li, não me lembro onde, com referência à história “A princesa e o sapo”, que muitas mulheres beijam sapos esperando que eles virem príncipes, e ouvi, de outra paciente, esta mais velha e desiludida, que: “Atrás de todo príncipe tem um sapo”

Penso que homens e mulheres se ‘iludem’ de formas diferentes: As moças, que namoram rapazes ‘que até são gente boa’, acreditam que por amor a elas eles mudarão e se tornarão príncipes… Serão educados e atenciosos, arranjarão trabalho, irão parar de beber ou de consumir drogas e por aí afora; vai depender das características indesejáveis que eles apresentarem de acordo com a ótica delas.

Já os rapazes, alimentam a esperança de que elas, que são princesas, jamais mudarão… Elas os aceitam como são e serão sempre cordatas, cheirosas, apaixonadas, ‘gostosas’ e por aí afora; vai depender das características que eles julgarem desejáveis e enxergarem nelas…

Por acaso é preciso ser sábio para saber que ‘esse negócio não vai dar certo’?